Sinfonia nº 2 de Mahler

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OFP_GustavMahler_Site_PT
Data: 2024-04-21 17:00

23.03.2024, sábado, 17h00, Aula Magna, U. Lisboa

 

24.03.2024, domingo, 16h00, Igreja da Lapa, Porto

 

07.04.2024, domingo, 17h00, Escola Prática de Cavalaria, Santarém

 

20.04.2024, sábado, 21h30, Pavilhão Multiusos, Viseu

 

21.04.2024, domingo, 17h00, Europarque, Santa Maria da Feira

 

Ouvir a Sinfonia nº 2 de Mahler (1860-1911), à qual o autor daria o título de “Ressurreição”, constitui motivo de intensa meditação. A ideia nasceu quando Gustav Mahler ainda estava a escrever a primeira sinfonia, sentindo necessidade de dar uma identidade própria aos temas que agora se encontram, numa das obras-primas da música de sempre. Pode dizer-se, aliás, que esta segunda sinfonia acompanha o caminho espiritual do seu autor, verificando-se que no início se nota angústia e sofrimento, que vão evoluindo gradualmente no sentido de uma espiritualidade libertadora. Este dilema desenvolve-se numa procura determinante.

Na parte final, a soprano diz-nos: “Ah, crê: não nasceste em vão / Não foi em vão que viveste, sofreste”. Ao que coro e contralto respondem: “O que foi criado tem de perecer! / O que pereceu ressuscitará! / Para de tremer! / Prepara-te para viver!”. E assim o compositor antecipa o momento final, em que, depois das dúvidas, inerentes à própria natureza da fé, o coro proclama triunfalmente: “Com asas, que para mim ganhei, / Desaparecerei! / Morrerei para poder viver!”. Aqui estamos no momento crucial do próprio percurso individual do autor, que se implica diretamente na consideração da obra como uma ilustração do percurso existencial. “Ressuscitarás, sim, ressuscitarás, / Meu coração, num instante! / Aquilo por que lutaste / A Deus te levará!”.

O final da sinfonia traz-nos a recapitulação do caminho percorrido: o ambiente fúnebre do começo, o tema “Dies Irae”, que corresponde à consciência da pequenez e da imperfeição, a que sucede a marcha orquestral que ilustra a procissão para o “Juízo Final”, até que soa a última trombeta do Apocalipse. E assim dá-se início à cantata sinfónica final, já aqui referenciada – com o poema “Ressurreição” de Friedrich G. Klopstock (1724-1803), num extraordinário crescendo que representa a afirmação do autêntico júbilo, assumido como força vital pelo compositor, num momento crucial da sua vida atribulada, em nome de uma esperança forte e renovadora.

 

PROGRAMA
Gustav MAHLER (1860-1911) – Sinfonia nº 2 em Dó Menor  “Ressurreição”
I. Allegro Maestoso 
II. Andante Moderato 
III. In ruhiger fliessender Bewegung [Em Movimento Fluente e Calmo] 
IV. Sehr feierlich, aber schlicht [Muito Solene, Mas Singelo] 
V. In Tempo des Scherzo, kräftig — Langsam [No Andamento do Scherzo — Enérgico — Lento]

 

Ficha Técnica

Orquestra Filarmónica Portuguesa
Coro Sinfónico Lisboa Cantat
Cátia Moreso, mezzo-soprano
Bárbara Barradas, soprano
Patrícia Quinta, mezzo-soprano

Jorge Carvalho Alves, maestro do coro
Osvaldo Ferreira, direção artística

 

 

 

 

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